Doenças benignas do aparelho reprodutor

Adenomiose

A adenomiose é uma doença benigna do útero. Tecido semelhante ao endométrio, que é a camada que reveste o interior do útero, encontra se dentro da parede muscular uterina. Isto pode tornar o útero maior, mais sensível e mais doloroso, sobretudo durante a menstruação.

A adenomiose é frequente em mulheres entre os 30 e os 50 anos, em especial em quem já teve gravidezes. Muitas vezes está associada a outras doenças benignas como miomas e pólipos do endométrio.

Em Lisboa, a Dra. Joana Faria realiza consultas para avaliação e tratamento de adenomiose em português, inglês, francês, e espanhol. O objetivo é compreender as queixas, confirmar o diagnóstico e construir um plano adaptado à sua vida e aos seus projetos.

Nesta página encontra uma visão geral sobre adenomiose. Para mais informação sobre situações relacionadas pode também consultar as páginas de miomas uterinos, endometriose e a página geral sobre doenças benignas do aparelho reprodutor.

O que é

Num útero sem adenomiose, o endométrio reveste apenas o interior da cavidade e descama em cada menstruação. Na adenomiose, existe tecido tipo endométrio também dentro do músculo do útero, o miométrio.

Todos os meses, este tecido responde às hormonas de forma semelhante ao endométrio normal. Como está preso na parede muscular, pode provocar inflamação, aumento de volume e pequenas hemorragias internas. O resultado costuma ser uma menstruação mais abundante e mais dolorosa e uma sensação de peso pélvico.

A adenomiose pode ser difusa, envolvendo grande parte do útero, ou localizada, formando adenomiomas que se assemelham a miomas. Muitas mulheres com adenomiose têm também pequenos miomas ou pólipos ao mesmo tempo.

Principais sintomas e quando se deve preocupar

Nem todas as mulheres com adenomiose têm sintomas. Quando existem, os mais frequentes são:

  • Dor menstrual intensa, que pode começar alguns dias antes da menstruação e prolongar se depois do fim do sangramento.
  • Menstruações abundantes ou prolongadas, por vezes com coágulos.
  • Perdas castanhas antes da menstruação.
  • Dor pélvica ou sensação de peso no baixo ventre fora do período menstrual.
  • Dor nas relações sexuais, sobretudo com penetração profunda.
  • Cansaço por anemia associada a perdas de sangue abundantes.

Deve considerar marcar consulta se notar:

  • Menstruações claramente mais dolorosas ou mais abundantes do que antigamente.
  • Dor que não melhora com analgésicos simples tomados de forma adequada.
  • Sangramento que dura mais de 7 dias na maioria dos ciclos.
  • Perdas antes da menstruação que se repetem durante vários meses.
  • Dor que interfere com o sono, o trabalho, o estudo ou a vida íntima.

Deve recorrer a cuidados de urgência se tiver dor pélvica súbita intensa, dor com febre e grande mal estar ou hemorragia muito abundante com tonturas ou desmaio. Estes sinais podem indicar outro problema que precisa de avaliação rápida.

Diagnóstico: exames e o que esperar

O diagnóstico de adenomiose resulta da combinação das queixas com os exames de imagem. No passado, era muitas vezes identificado apenas após histerectomia. Hoje, uma ecografia de boa qualidade e, quando necessário, uma ressonância magnética pélvica permitem frequentemente confirmar o diagnóstico sem cirurgia.

Na consulta, a avaliação pode incluir:

  • História clínica
    Perguntas sobre o ciclo menstrual, dor, padrão de hemorragias, gravidezes, cirurgias anteriores e tratamentos já realizados.
  • Exame ginecológico
    Avaliação da vulva, vagina e colo do útero e palpação bimanual para perceber o volume e a sensibilidade do útero.
  • Ecografia pélvica endovaginal
    Exame central para estudar a parede uterina. A adenomiose dá muitas vezes um aspeto característico, com miométrio mais espesso, irregular e com pequenas imagens quísticas.
  • Ressonância magnética pélvica
    Em casos selecionados, a ressonância confirma o diagnóstico, mostra a extensão da adenomiose e ajuda a distingui la de miomas.
  • Análises de sangue
    Avaliação de anemia, reservas de ferro e, quando indicado, de algumas hormonas.

É frequente os relatórios referirem vários achados em simultâneo, por exemplo adenomiose e miomas. A Dra. Joana Faria explica qual destes parece estar mais relacionado com as suas queixas e o que cada um significa para as opções de tratamento.

Opções de tratamento e expectativas realistas

O tratamento da adenomiose é sempre personalizado. Depende da idade, da intensidade das queixas, dos projetos de gravidez e da eventual presença de outras doenças do útero, como miomas.

De forma geral, as opções incluem:

  • Vigilância
    Em mulheres com sintomas ligeiros e perto da menopausa, o seguimento atento com controlo da dor pode ser uma opção segura. Com o tempo, a diminuição natural das hormonas pode trazer melhoria.
  • Tratamento médico
    Contraceção hormonal, progestativos, dispositivos intrauterinos com libertação de hormonas e outros tratamentos podem reduzir a dor e a hemorragia menstrual. São menos invasivos do que a cirurgia, mas exigem utilização regular e podem ter efeitos secundários que precisam de vigilância.
  • Opções intervencionais ou cirúrgicas
    Em mulheres com sintomas muito intensos que não desejam mais gravidezes, a histerectomia pode ser uma solução definitiva. Em casos selecionados, podem ser consideradas técnicas conservadoras ou de radiologia de intervenção para tratar formas localizadas e tentar preservar a fertilidade.
  • Abordagem combinada
    Muitas vezes os melhores resultados surgem da combinação de tratamentos médicos e opções cirúrgicas, com ajustes ao longo do tempo.

É importante saber que alguns tratamentos melhoram bastante os sintomas, mas nem sempre os eliminam por completo. Para muitas mulheres, o objetivo é reduzir a dor e o sangramento a um nível que permita uma vida normal, e não necessariamente chegar a zero sintomas.

Como a Dra. Joana Faria aborda a adenomiose

A Dra. Joana Faria sabe que o termo adenomiose não é familiar para muitas mulheres e pode ser motivo de preocupação. A sua abordagem passa por explicar de forma clara o que está a acontecer no útero e o que é realista esperar de cada opção de tratamento.

No dia a dia, ela:

  • Começa por ouvir como são as menstruações e de que forma a dor interfere com a sua rotina.
  • Revê consigo as imagens de ecografia ou ressonância, para que possa visualizar o que está descrito nos relatórios.
  • Explica a diferença entre adenomiose, miomas e endometriose e como estas situações podem coexistir.
  • Ajuda a escolher entre opções que preservam a fertilidade e opções que dão maior controlo dos sintomas quando a fertilidade já não é uma prioridade.
  • Constrói um plano faseado, com espaço para adaptar o tratamento se a sua vida ou os seus planos mudarem.

O objetivo é que se sinta informada e acompanhada, em vez de ter a sensação de que precisa de escolher sozinha entre viver com dor ou avançar para uma cirurgia importante sem alternativas.

FAQ

Perguntas frequentes


A adenomiose é um tipo de cancro ou pré cancro?

Não. A adenomiose é uma doença benigna. Não é cancro nem é considerada uma lesão pré cancerígena. Pode, no entanto, causar sintomas marcados, como dor e hemorragias abundantes. O principal motivo para tratar a adenomiose é melhorar a qualidade de vida e, em alguns casos, reduzir o impacto na fertilidade ou na gravidez, e não evitar cancro.

Qual é a diferença entre adenomiose e endometriose?

Nas duas situações existe tecido semelhante ao endométrio em locais pouco habituais. Na adenomiose, esse tecido está dentro do músculo do útero. Na endometriose, encontra se fora do útero, por exemplo nos ovários, trompas ou peritoneu. Os sintomas podem sobrepor se, sobretudo dor menstrual e dor pélvica. Exames como ecografia e ressonância magnética ajudam a perceber qual destas condições está presente e qual parece explicar melhor as queixas.

Posso engravidar se tiver adenomiose?

Muitas mulheres com adenomiose engravidam espontaneamente e têm bebés saudáveis. Em alguns casos, a adenomiose pode associar se a menor fertilidade ou a um risco ligeiramente maior de aborto espontâneo, sobretudo quando é extensa ou se associa a outras doenças. Se tem adenomiose e está a planear gravidez, é útil discutir o tema numa consulta pré concecional. A médica pode rever a situação, propor eventuais tratamentos antes de tentar engravidar e articular os cuidados com equipas de fertilidade e de seguimento de gravidez quando necessário.

É sempre preciso fazer histerectomia em caso de adenomiose?

Não. A histerectomia é apenas uma das opções. Pode ser considerada em mulheres com sintomas muito intensos que não desejam mais gravidezes e que não melhoraram com outros tratamentos. Em muitas situações, os tratamentos médicos ou estratégias combinadas permitem bom controlo das queixas sem remover o útero. Na consulta, a ginecologista explica em que contextos se fala em histerectomia e quando fazem sentido alternativas mais conservadoras.

A adenomiose pode desaparecer sozinha?

A adenomiose tende a melhorar depois da menopausa, quando os níveis hormonais diminuem e o endométrio fica inativo. Antes da menopausa, a doença habitualmente não desaparece por completo sem tratamento, mas os sintomas podem oscilar ao longo do tempo. Com tratamento adequado, muitas mulheres conseguem controlar de forma estável a dor e a hemorragia enquanto aguardam as alterações hormonais naturais.

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