Alteração do ciclo menstrual significa que a menstruação deixou de seguir o padrão habitual. Os ciclos podem tornar se irregulares, muito curtos ou muito longos, mais ligeiros ou mais abundantes, ou podem mesmo faltar durante algum tempo.
Estas mudanças são comuns em várias fases da vida. Muitas vezes são benignas. Noutros casos podem sinalizar situações que merecem atenção, como desequilíbrios hormonais, gravidez, doenças benignas do útero ou outros problemas de saúde.
Em Lisboa, a Dra. Joana Faria realiza consultas sobre alterações do ciclo menstrual em português, inglês, francês, e espanhol. O objetivo é compreender a sua história, identificar causas possíveis e definir um plano em conjunto, ajustado à sua saúde, ao dia a dia e aos seus projetos de fertilidade.
Esta página foca se no ciclo em si. Para mais informação sobre dor menstrual e infeções genitais pode também consultar as páginas de dor menstrual e infeções genitais.
O que é
Conta se o ciclo menstrual desde o primeiro dia de uma menstruação até ao primeiro dia da menstruação seguinte. Em muitas mulheres adultas, a duração habitual situa se entre cerca de 21 e 35 dias, com um padrão relativamente estável de mês para mês.
Falamos em alteração do ciclo quando existe uma mudança clara neste padrão. Exemplos frequentes incluem:
- Ciclos mais curtos do que 21 dias ou mais longos do que 35 dias.
- Menstruações que duram mais de 7 dias.
- Hemorragias muito abundantes, com coágulos ou necessidade de mudar de proteção com muita frequência.
- Perdas de sangue entre menstruações ou após as relações sexuais.
- Ausência de menstruação durante vários meses sem gravidez.
- Ciclos que ficam subitamente irregulares depois de anos de regularidade.
Algumas fases da vida estão naturalmente associadas a maior irregularidade, como os primeiros anos após a primeira menstruação, o período a seguir ao parto e os anos próximos da menopausa. Medicamentos, métodos contracetivos e outras doenças também podem modificar o ciclo.
Entre as causas possíveis encontram se o stress, alterações de peso, exercício físico muito intenso, gravidez, síndrome do ovário poliquístico, problemas da tiroide ou da prolactina, miomas ou pólipos uterinos, adenomiose e alterações do endométrio, entre outras.
Principais sintomas e quando se deve preocupar
Nem toda a variação é motivo de alarme. Ao mesmo tempo, é importante não banalizar sintomas que interferem claramente com a vida diária ou com a saúde.
Deve ponderar marcar consulta se notar:
- Ciclos muito irregulares durante mais de três meses, sem causa evidente.
- Menstruações tão abundantes que obriguem a mudar de proteção de uma em uma ou de duas em duas horas durante várias horas seguidas.
- Hemorragias que duram mais de 7 dias na maioria dos ciclos.
- Ausência de menstruação durante mais de três meses, sem gravidez e sem tratamento que suspenda o período.
- Sangramento entre menstruações ou após as relações sexuais.
- Alterações novas do ciclo a partir dos 40 anos.
Deve recorrer com urgência a cuidados médicos se tiver hemorragia muito abundante acompanhada de tonturas, desmaio, mal estar no peito ou dificuldade em respirar. Sangramento ou dor intensa no início de uma gravidez são também situações de urgência e devem ser avaliadas rapidamente.
Diagnóstico: exames e o que esperar
Habitualmente a consulta começa por uma conversa detalhada sobre o ciclo e sobre a sua saúde em geral. Para muitas doentes é útil levar um registo com as datas das últimas menstruações, em papel ou em aplicação.
Consoante o caso, a avaliação pode incluir:
- História clínica
Perguntas sobre a idade da primeira menstruação, o padrão habitual do ciclo, gravidezes, abortos espontâneos ou interrupções, métodos contracetivos, medicamentos, alterações de peso e outras doenças. - Teste de gravidez
Frequentemente um dos primeiros passos em situação de atraso ou ausência de menstruação. - Exame ginecológico
Avaliação da vulva, vagina e colo do útero, quando é adequado e com o seu consentimento. - Ecografia pélvica
Ecografia endovaginal ou abdominal para observar útero e ovários, avaliar o endométrio e identificar miomas, pólipos, quistos ou outras alterações. - Análises de sangue
Avaliação de anemia, função tiroideia, prolactina e outras hormonas, parâmetros de coagulação ou inflamação, de acordo com a situação. - Exames adicionais quando necessário
Em alguns casos podem ser recomendados exames como histeroscopia ou biópsia do endométrio para estudar com mais detalhe o interior do útero.
Nem todas as mulheres precisam de todos estes exames. O plano é individualizado, ajustado à idade, às queixas e ao que já foi feito até ao momento.
Opções de tratamento e seguimento
O tratamento depende da causa da alteração do ciclo e das suas prioridades. Em muitos casos existem várias opções possíveis. Em conjunto com a médica pode escolher a abordagem que faz mais sentido nesta fase, sabendo que poderá ser ajustada no futuro.
Alguns exemplos de opções discutidas em consulta incluem:
- Medidas de estilo de vida, como gestão do peso, do stress e do tipo de exercício físico, quando estes fatores contribuem para o problema.
- Contraceção hormonal para regular o ciclo, reduzir hemorragias abundantes e proteger o endométrio quando está indicada.
- Medicamentos não hormonais para diminuir o fluxo e a dor em situações selecionadas.
- Tratamento específico de situações como síndrome do ovário poliquístico, doença da tiroide ou prolactina elevada.
- Tratamentos locais, dispositivos intrauterinos com libertação de hormonas ou cirurgia para doenças benignas do útero, como miomas ou pólipos, quando necessário.
O seguimento é muito importante. Permite verificar se as hemorragias estão a melhorar, se uma eventual anemia está a resolver e se o plano continua compatível com o seu dia a dia. Se a situação ou os projetos mudarem, a estratégia pode ser ajustada sem necessidade de recomeçar tudo do início.
Como a Dra. Joana Faria aborda as alterações do ciclo menstrual
A Dra. Joana Faria sabe que mudanças no ciclo podem gerar ansiedade, sobretudo quando existem muitas informações diferentes na internet. A sua abordagem baseia se na informação clara e na decisão partilhada.
No dia a dia, ela:
- Começa por perguntar o que a preocupa mais e como as alterações do ciclo interferem com a sua vida diária.
- Explica o que parece estar a acontecer, o que já foi excluído e o que ainda precisa de ser esclarecido.
- Utiliza esquemas simples para mostrar como útero, ovários e hormonas interagem.
- Adapta exames e tratamentos aos seus planos de gravidez e às necessidades de contraceção.
- Constrói um plano faseado, para que saiba o que esperar e quando voltar a rever a situação.
Para muitas doentes, compreender a origem das alterações do ciclo e ter um plano claro torna muito mais fácil viver com a menstruação e reconhecer quando algo precisa de atenção rápida.
