A contraceção permite decidir se e quando quer engravidar. Não se trata apenas de evitar uma gravidez. Um método bem escolhido pode também melhorar as menstruações, a pele, a anemia e o bem estar geral.
Não existe um método único que seja o melhor para todas as mulheres. A história clínica, os valores pessoais e os projetos de vida são determinantes. Em Lisboa, a Dra. Joana Faria presta aconselhamento em contraceção em português, inglês, francês, e espanhol, com tempo para explicar cada opção de forma clara.
Esta página foca se na contraceção. Para saber mais sobre as alterações hormonais no final da idade fértil, pode também consultar a página de menopausa.
O que é
A contraceção engloba todos os métodos que reduzem a probabilidade de gravidez durante as relações sexuais. Podem ser agrupados em várias categorias:
- Métodos reversíveis de longa duração
Dispositivos intrauterinos (DIU) com ou sem hormonas e implantes colocados sob a pele do braço. Têm duração de vários anos e podem ser retirados quando houver desejo de gravidez. - Métodos hormonais de curta duração
Comprimidos, adesivos e anel vaginal combinados com estrogénio e progestagénio, e métodos apenas com progestagénio como algumas pílulas ou injeções. - Métodos não hormonais
Preservativos, DIU de cobre, diafragmas e métodos baseados na observação do ciclo. - Métodos definitivos
Técnicas de esterilização feminina ou masculina, adequadas apenas quando não se deseja mais gravidezes.
Cada método tem vantagens, possíveis efeitos secundários e contraindicações específicas. Uma boa consulta ajuda a perceber como funcionam na prática, e não apenas na teoria.
Principais efeitos e quando se deve preocupar
Muitos efeitos relacionados com a contraceção são esperados e não são perigosos. Outros são sinais de alarme que exigem atenção rápida. Saber distingui los aumenta a segurança e ajuda a agir atempadamente quando necessário.
Efeitos frequentes, habitualmente não graves (embora incómodos) incluem:
- Hemorragias irregulares ou pequenas perdas nos primeiros meses após iniciar um novo método.
- Menstruações muito ligeiras ou ausência de menstruação com alguns métodos hormonais, sobretudo com DIU hormonais.
- Ligeiras náuseas, tensão mamária ou alterações de humor após iniciar a pílula.
- Desconforto local nos dias seguintes à colocação de um DIU ou implante.
Estas manifestações tendem a melhorar com o tempo, mas devem ser discutidas se forem intensas ou persistentes.
Sinais de alarme que exigem observação urgente:
- Dor forte no peito ou dificuldade em respirar.
- Fraqueza súbita de um braço ou perna, dificuldade em falar ou dor de cabeça muito intensa.
- Alteração súbita da visão.
- Inchaço, vermelhidão e dor numa só perna.
- Dor abdominal intensa ou febre após colocação de um DIU.
Estes sintomas podem corresponder a complicações raras mas graves, como trombose ou infeção. Se surgirem, deve recorrer de imediato ao serviço de urgência e informar a equipa sobre o método contracetivo que utiliza.
Diagnóstico: exames e o que esperar
A escolha da contraceção começa por uma conversa detalhada. Os exames apenas são pedidos quando trazem mais segurança ou ajudam a esclarecer problemas específicos.
Numa consulta de contraceção pode esperar:
- História clínica
Conversa sobre o ciclo menstrual, gravidezes, abortos espontâneos ou interrupções voluntárias, métodos utilizados anteriormente, enxaquecas, tensão arterial, tabagismo, história pessoal e familiar de trombose, AVC, doença cardíaca ou cancro. - Exame físico
Medição da tensão arterial e do peso e, se indicado, exame ginecológico. Este exame é particularmente importante antes da colocação de um DIU ou quando existem dor ou hemorragias anómalas. - Ecografia pélvica quando necessário
Avalia o útero e os ovários e procura miomas, pólipos ou outras situações que possam influenciar a escolha do método. - Análises em casos selecionados
Podem ser pedidas análises de sangue, por exemplo para estudar fatores de risco de trombose ou outras doenças.
A maioria das mulheres não precisa de muitos exames antes de iniciar contraceção. O principal é escolher métodos seguros para a idade, saúde e estilo de vida, com base em critérios internacionais.
Opções de tratamento e seguimento
Escolher um método contracetivo é uma decisão terapêutica, que pode mudar à medida que a vida evolui. É importante pensar durante quanto tempo pretende evitar gravidez, se prefere ou não utilizar hormonas, se consegue tomar um comprimido diariamente e como se sente em relação a dispositivos ou procedimentos.
Alguns exemplos de opções discutidas em consulta:
- DIU hormonais
Muito eficazes, reduzem o fluxo menstrual e podem levar à ausência de menstruação. São frequentemente escolhidos em casos de hemorragias abundantes ou dor menstrual. - DIU de cobre
Muito eficazes e sem hormonas, mas podem aumentar a intensidade das menstruações e das cólicas em algumas mulheres. - Implantes
Colocados sob a pele do braço, com duração de vários anos. O padrão de hemorragias irregulares é frequente mas não é perigoso. - Pílulas, adesivos e anel vaginal combinados
Proporcionam bom controlo do ciclo e podem melhorar acne ou sintomas pré menstruais. Têm contraindicações em algumas situações clínicas. - Métodos apenas com progestagénio
Úteis para mulheres que não podem ou não querem utilizar estrogénios. - Preservativos
Reduzem o risco de infeções sexualmente transmissíveis e podem ser usados em conjunto com outros métodos para reforçar a proteção contracetiva.
Consultas ou contactos de seguimento são importantes nos primeiros meses após iniciar um novo método. Permitem discutir o padrão de hemorragias, efeitos secundários e questões práticas. Se o método não se adaptar a si, é sempre possível mudar.
Como a Dra. Joana Faria aborda a contraceção
Para a Dra. Joana Faria, a contraceção é um trabalho de equipa entre médica e doente, e não uma receita imposta. O objetivo é criar um espaço em que possa falar abertamente sobre relações, vida sexual, receios e expectativas.
No dia a dia, ela:
- Dedica tempo a perceber as suas prioridades, como fiabilidade, manutenção de ciclos naturais, controlo de sintomas ou evitar alterações de peso.
- Explica em linguagem simples como funciona cada método, qual a sua eficácia real e quais os efeitos secundários mais frequentes.
- Utiliza critérios baseados na evidência para identificar que métodos são seguros ou desaconselhados no seu caso.
- Realiza a colocação de DIU e implantes com delicadeza, explicando cada passo e discutindo opções para controlo da dor.
- Incentiva a que contacte a equipa se surgirem sintomas preocupantes ou se quiser rever o plano.
Para muitas mulheres, esta abordagem torna a contraceção menos fonte de ansiedade e mais um apoio concreto aos seus projetos e à sua saúde.
