Ginecologia geral

Doenças benignas do aparelho reprodutor

As doenças benignas do aparelho reprodutor feminino são muito frequentes. Incluem situações que afetam o útero, os ovários e as trompas, como adenomiose, miomas, pólipos do endométrio, endometriose, quistos dos ovários e o síndrome do ovário poliquístico.

Raramente são uma urgência, mas podem provocar menstruações abundantes, dor pélvica, sensação de peso e, em alguns casos, dificuldade em engravidar. São também uma das principais causas de cirurgia ginecológica.

Em Lisboa, a Dra. Joana Faria acompanha estas doenças benignas em consultas realizadas em português, inglês, francês, e espanhol. O objetivo é compreender as queixas, confirmar o diagnóstico e discutir opções realistas para o seu dia a dia.

Esta página apresenta uma visão global. Pode encontrar informação mais detalhada nas páginas específicas:

O que é

As doenças benignas do aparelho reprodutor são situações não cancerígenas que afetam os órgãos da pelve feminina:

  • Adenomiose : tecido semelhante ao endométrio dentro da camada muscular do útero, que a torna mais espessa e muitas vezes mais dolorosa.
  • Miomas (fibromiomas) : tumores benignos do músculo uterino, localizados dentro da cavidade, na parede ou na superfície do útero.
  • Pólipos do endométrio : pequenos crescimentos da mucosa uterina que sobressaem para o interior da cavidade.
  • Endometriose : tecido tipo endométrio fora do útero, por exemplo nos ovários, trompas, ligamentos ou peritoneu.
  • Quistos e massas ováricas ou tubárias : bolsas cheias de líquido ou lesões sólidas nos ovários ou nas trompas.
  • Síndrome do ovário poliquístico (SOP) : condição hormonal e metabólica que interfere com a ovulação, o ciclo menstrual, a pele e, por vezes, o peso e a regulação da insulina.

Muitas mulheres têm mais do que uma destas situações ao mesmo tempo. O impacto no dia a dia varia bastante. Algumas têm alterações importantes nas imagens de ecografia com poucos sintomas, outras sentem sintomas marcados com alterações discretas nos exames.

Principais sintomas e quando se deve preocupar

As doenças benignas do aparelho reprodutor podem dar origem a vários tipos de sintomas. Entre os mais frequentes estão:

  • Menstruações muito abundantes ou prolongadas, por vezes com coágulos.
  • Perdas irregulares ou perdas de sangue entre menstruações.
  • Dor pélvica, cólicas menstruais ou desconforto pélvico crónico.
  • Dor nas relações sexuais.
  • Sensação de peso ou massa no baixo ventre.
  • Vontade de urinar muitas vezes ou obstipação por pressão sobre bexiga ou intestino.
  • Dificuldade em engravidar ou perdas gestacionais em alguns casos.

Deve considerar marcar consulta se tiver:

  • Menstruações muito mais abundantes do que antes ou que duram mais de 7 dias na maioria das vezes.
  • Alterações do ciclo que se mantêm durante vários meses sem explicação clara.
  • Dor pélvica que interfere com o trabalho, estudos, sono ou vida íntima.
  • Aumento visível do volume abdominal que não se explica apenas por aumento de peso.
  • Relatórios de ecografia que referem miomas, pólipos, quistos ováricos ou endometriose e sobre os quais ainda tem dúvidas.
  • Dificuldade em engravidar ou em manter a gravidez.

Deve procurar avaliação urgente se tiver dor pélvica súbita intensa, sobretudo de um lado, dor com febre e grande mal estar ou hemorragia muito abundante com tonturas ou desmaio. Estes sinais podem corresponder a situações de urgência e devem ser avaliados rapidamente.

Diagnóstico: exames e o que esperar

O diagnóstico das doenças benignas do aparelho reprodutor combina sintomas com exames de imagem. Para muitas mulheres, uma consulta detalhada e uma ecografia pélvica de qualidade fornecem grande parte da informação necessária.

Consoante o caso, a avaliação pode incluir:

  • História clínica
    Conversa sobre o ciclo menstrual, gravidezes, planos de fertilidade, dor, padrão de hemorragias, antecedentes familiares e tratamentos ou cirurgias já realizados.
  • Exame ginecológico
    Avaliação da vulva, vagina, colo do útero e palpação bimanual do útero e dos ovários.
  • Ecografia pélvica endovaginal ou abdominal
    Exame fundamental para estudar útero, endométrio, ovários e trompas, identificar miomas, pólipos, quistos de endometriose e outras massas.
  • Exames de imagem adicionais
    Em situações selecionadas, ressonância magnética pélvica ou histerossonografia podem dar mais detalhe sobre útero e ovários.
  • Histeroscopia
    Introdução de uma pequena câmara pelo colo do útero para observar diretamente a cavidade uterina, muitas vezes usada para confirmar e tratar pólipos ou alguns miomas.
  • Análises de sangue
    Estudo de eventual anemia, de hormonas e, em contextos específicos, de marcadores tumorais ou outros parâmetros.

Nem todas as mulheres precisam de todos estes exames. O percurso é personalizado e discutido passo a passo.

Opções de tratamento e expectativas realistas

O tratamento depende da situação específica, da intensidade das queixas e dos projetos em relação à fertilidade e à contraceção. Muitas vezes existem várias opções razoáveis.

De forma geral, as principais estratégias incluem:

  • Vigilância
    Em mulheres com poucos sintomas e lesões pequenas, o seguimento com ecografia regular pode ser uma opção segura. A vantagem é evitar tratamentos desnecessários; a limitação é o risco de agravamento dos sintomas entre consultas.
  • Tratamento médico
    Contraceção hormonal, dispositivos intrauterinos com libertação de hormonas e outros tratamentos podem reduzir hemorragias e dor e estabilizar algumas doenças. São menos invasivos do que a cirurgia, mas podem ter efeitos secundários e não são adequados para todas as pessoas.
  • Cirurgia dirigida
    Cirurgia por histeroscopia, laparoscopia ou via abdominal para remover pólipos, miomas, lesões de endometriose ou quistos ováricos quando os sintomas são importantes ou existe impacto na fertilidade. A cirurgia pode proporcionar alívio significativo, mas implica anestesia, tempo de recuperação e, raramente, complicações.
  • Abordagem combinada
    Em muitos casos, os melhores resultados surgem da combinação de opções médicas e cirúrgicas, ajustadas ao longo do tempo.

É fundamental ter expectativas realistas. Alguns sintomas melhoram muito, mas nem sempre desaparecem por completo. Em doenças crónicas como endometriose ou adenomiose, é frequente ser necessária uma gestão prolongada em vez de um único gesto « definitivo ».

Como a Dra. Joana Faria aborda estas doenças

A Dra. Joana Faria sabe que diagnósticos como miomas, endometriose ou quistos ováricos levantam dúvidas sobre dor, fertilidade e até sobre o risco de cancro. A sua abordagem baseia se em explicações claras e em decisões partilhadas.

No dia a dia, ela:

  • Ouve com atenção a sua história e o que mais a preocupa.
  • Revê consigo os relatórios e, quando possível, as imagens de ecografia ou ressonância magnética.
  • Explica benefícios e limites de cada opção, incluindo a vigilância, para que possa escolher de forma informada.
  • Privilegia a cirurgia minimamente invasiva quando a cirurgia é necessária, em articulação com equipas cirúrgicas experientes.
  • Articula os cuidados com equipas de fertilidade, gravidez e cirurgia quando a sua situação envolve vários aspetos ao mesmo tempo.

O objetivo é que saia da consulta com um plano estruturado e com a sensação de que as suas queixas e projetos foram levados a sério.

FAQ

Perguntas frequentes


Miomas, pólipos e quistos ováricos são sempre situações graves?

A maioria dos miomas, pólipos e quistos ováricos é benigna e não se transforma em cancro. Em muitos casos são achados ocasionais e mantêm se pequenos e estáveis ao longo do tempo. O mais importante é perceber se causam sintomas, como se comportam na ecografia e se interferem com a fertilidade ou com a gravidez. A ginecologista usa estes dados, em conjunto com a idade e os antecedentes, para decidir se é mais adequado vigiar ou tratar.

As doenças benignas do aparelho reprodutor obrigam sempre a operar?

Não. Muitas situações benignas podem ser acompanhadas com vigilância, tratamento médico ou uma combinação de abordagens. A cirurgia costuma ser considerada quando existem queixas importantes, crescimento rápido, dúvidas sobre a natureza de uma lesão ou impacto na fertilidade ou na gravidez. Mesmo quando é recomendada, existem várias técnicas e graus de intervenção possíveis. A decisão é individual e deve ter em conta as suas prioridades e o equilíbrio entre benefícios e riscos.

Posso engravidar se tiver miomas, endometriose ou síndrome do ovário poliquístico?

Muitas mulheres com miomas, endometriose ou síndrome do ovário poliquístico engravidam espontaneamente e têm filhos saudáveis. Ainda assim, estas doenças podem aumentar o risco de dificuldade em engravidar ou de algumas complicações. Se tem um destes diagnósticos e está a planear gravidez, é útil discutir uma estratégia pré concecional com a ginecologista. Em conjunto podem decidir se é suficiente vigiar ou se faz sentido tratar algo antes de começar a tentar engravidar.

Estas doenças são o mesmo que cancro ou pré cancro?

A maioria das doenças benignas do aparelho reprodutor não é cancro nem pré cancro. Miomas, adenomiose, a maior parte dos quistos ováricos e muitos pólipos são exemplos de situações benignas. Em alguns casos, certos aspetos nos exames ou no exame clínico podem levantar suspeita de lesão maligna ou pré maligna. A ginecologista explica quando esta preocupação existe e organiza os exames ou referenciação necessários.

Durante quanto tempo posso esperar em segurança antes de decidir por cirurgia ou outro tratamento?

Não existe uma regra igual para todas as pessoas. A decisão de esperar ou tratar depende das queixas, do tamanho e do aspeto das lesões, da sua evolução ao longo do tempo e dos seus projetos em relação a gravidez ou menopausa. Em algumas situações, a vigilância é muito segura; noutras, é preferível tratar mais cedo. Na consulta, a médica explica vantagens e riscos de cada opção para que possam decidir em conjunto um plano temporal que seja seguro e razoável.

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