A dor menstrual é frequente. Muitas mulheres sentem cólicas nos primeiros dias da menstruação. Mas uma dor intensa, que dura vários dias ou que limita a vida diária, não tem de ser encarada como normal.
A dor menstrual pode ter causas diferentes. Por vezes está relacionada com a forma como o útero se contrai. Noutras situações está associada a doenças como endometriose, adenomiose, miomas ou infeções pélvicas.
Em Lisboa, a Dra. Joana Faria realiza consultas sobre dor menstrual em português, inglês, francês, e espanhol. O objetivo é compreender a sua história, perceber o que pode estar por trás da dor e construir consigo um plano faseado.
Esta página foca se na dor menstrual. Para mais informação sobre menstruações irregulares ou abundantes e sobre infeções genitais pode também consultar as páginas de alterações do ciclo menstrual e infeções genitais.
O que é
Chamamos dor menstrual ou dismenorreia à dor na parte inferior do abdómen que surge antes ou durante a menstruação. Pode ser sentida como cólicas, peso, pontadas ou dor que irradia para a zona lombar ou para as coxas.
Costuma distinguir se:
- Dismenorreia primária dor que não está ligada a outra doença identificável. Começa muitas vezes na adolescência, alguns anos depois da primeira menstruação, e relaciona se com a forma como o útero se contrai e com substâncias chamadas prostaglandinas.
- Dismenorreia secundária dor causada por uma situação de base, como endometriose, adenomiose, miomas, doença inflamatória pélvica ou outras patologias.
Na prática, nem sempre é fácil separar estas duas formas. Por isso é importante fazer uma avaliação estruturada, sobretudo quando a dor está a piorar, surge mais tarde na vida ou não melhora com medidas simples.
Principais sintomas e quando se deve preocupar
Cólicas ligeiras durante um ou dois dias, aliviadas com analgésicos simples, são muitas vezes toleradas. Não é necessário viver com uma dor mais forte do que isso ou que a impede de fazer o que é importante para si.
Deve ponderar marcar consulta de ginecologia se tiver:
- Dor menstrual que a obriga a faltar à escola, ao trabalho ou às suas atividades habituais.
- Dor que não melhora com analgésicos simples tomados de forma correta.
- Dor que está a aumentar de intensidade ao longo do tempo.
- Dor que começa vários dias antes da menstruação e continua depois do fim do sangramento.
- Dor nas relações sexuais ou ao evacuar.
- Sintomas associados como menstruações muito abundantes, perdas entre menstruações ou dificuldade em engravidar.
Deve procurar cuidados de urgência se tiver dor súbita muito intensa de um lado do baixo ventre, dor com febre e mal estar geral ou dor associada a hemorragia muito abundante, tonturas ou desmaio. Estas situações podem corresponder a urgências ginecológicas e exigem avaliação rápida.
Diagnóstico: exames e o que esperar
O primeiro passo é ouvir como é a sua dor. O momento em que começa, a duração, a localização exata, a intensidade e o que melhora ou piora são informações essenciais.
Numa consulta por dor menstrual, a avaliação pode incluir:
- História clínica
Perguntas sobre o ciclo menstrual, início das dores, intensidade, tratamentos já usados, gravidezes, métodos contracetivos, vida sexual e antecedentes familiares de endometriose ou miomas. - Exame ginecológico
Avaliação da vulva, vagina, colo do útero e órgãos pélvicos. A Dra. Joana Faria explica cada passo e adapta o exame ao seu conforto. - Ecografia pélvica
Ecografia endovaginal ou abdominal para observar útero e ovários, identificar miomas, quistos ováricos, sinais de adenomiose ou outras alterações. - Exames de imagem adicionais quando necessário
Em alguns casos, uma ressonância magnética pélvica pode dar mais informação sobre endometriose ou adenomiose. - Análises de sangue
Avaliação de anemia ou de sinais de inflamação, quando está indicada.
A maioria das mulheres não precisa de exames muito invasivos. O estudo é adaptado às queixas, à idade e à gravidade da dor.
Opções de tratamento e seguimento
O objetivo do tratamento é reduzir a dor e evitar que ela tome conta da sua vida. As opções dependem da causa suspeita, das necessidades de contraceção e dos planos de gravidez.
Entre os tratamentos que podem ser discutidos estão:
- Analgésicos simples
Anti inflamatórios não esteroides e outros medicamentos, usados na altura certa e na dose adequada, podem ser muito eficazes quando não há contraindicações. - Contraceção hormonal
Pílulas, adesivos, anel vaginal, implantes ou dispositivos intrauterinos com hormonas podem reduzir a dor ao tornar a menstruação mais ligeira ou ao suprimir a ovulação e a menstruação. - Tratamento dirigido das doenças de base
Tratamentos hormonais específicos ou cirurgia para endometriose, adenomiose, miomas ou outras causas, quando necessário. - Medidas de suporte
Calor local, atividade física leve e alguns ajustes de estilo de vida podem complementar o tratamento médico.
O seguimento permite avaliar quanto a dor melhorou, vigiar efeitos secundários e ajustar o tratamento se a sua situação ou os seus planos mudarem. É normal que o plano terapêutico seja ajustado ao longo do tempo.
Como a Dra. Joana Faria aborda a dor menstrual
A Dra. Joana Faria sabe que a dor menstrual pode afetar a escola, o trabalho, as relações e a autoestima. Muitas doentes ouviram durante anos que tinham pouca tolerância à dor ou que isto fazia parte de ser mulher.
No dia a dia, ela:
- Leva a sério a sua dor e dá lhe tempo para a descrever com as suas próprias palavras.
- Explica o que já se conhece e o que ainda não é totalmente claro sobre dor menstrual e doenças como a endometriose.
- Escolhe os exames que trazem informação útil em vez de pedir todos os testes possíveis.
- Constrói um plano de tratamento com o qual se sente confortável e que consegue cumprir na vida real.
- Trabalha em coordenação com as equipas de cirurgia ginecológica e fertilidade quando é necessária uma abordagem mais complexa.
Para muitas mulheres, ver a sua dor reconhecida e sair da consulta com um plano claro é um alívio depois de anos a ouvir que estava tudo normal apesar dos sintomas.
