Quistos e massas dos ovários e das trompas são achados frequentes em ginecologia. A maioria é benigna e desaparece espontaneamente ou mantém se estável durante anos. Uma parte precisa de vigilância mais próxima ou de cirurgia, por causar sintomas ou por ter um aspeto mais suspeito.
Ouvir que tem um quisto no ovário ou uma massa na trompa causa muitas vezes ansiedade em relação a cancro e fertilidade. Uma avaliação cuidada ajuda a distinguir o que é habitual e benigno do que precisa de maior atenção.
Em Lisboa, a Dra. Joana Faria faz a avaliação de quistos e massas dos ovários e trompas em consultas em português, inglês, francês, e espanhol. O objetivo é explicar de forma clara o que foi encontrado, avaliar o grau de risco e definir um plano ajustado à sua vida e aos seus projetos.
Esta página foca se em quistos e massas anexiais. Para mais informação pode também consultar a página de doenças benignas do aparelho reprodutor e as páginas sobre endometriose, miomas e adenomiose.
O que é
Um quisto ovárico é uma bolsa cheia de líquido que se desenvolve no interior ou à superfície do ovário. A maioria dos quistos é funcional, ou seja, faz parte do ciclo normal e desaparece espontaneamente. Outros quistos correspondem a tumores benignos, a quistos de endometriose ou, mais raramente, a tumores malignos.
Uma massa tubária pode ser um hidrossalpinge, que é uma trompa dilatada e cheia de líquido, um processo inflamatório ou, menos frequentemente, um tumor.
Entre os quistos ováricos benignos encontram se com frequência:
- Quistos funcionais como quistos foliculares e do corpo lúteo, que habitualmente regridem em alguns ciclos.
- Tumores benignos como os quistos dermoides (teratomas maduros) ou certos cistadenomas serosos ou mucinosos.
- Quistos de endometriose relacionados com endometriose, muitas vezes cheios de sangue antigo.
Radiologistas e ginecologistas utilizam o aspeto ecográfico, o tamanho e a evolução no tempo para avaliar se um quisto ou massa é provavelmente benigna ou se precisa de estudo adicional.
Principais sintomas e quando se deve preocupar
Muitos quistos ováricos e massas tubárias não causam sintomas e são descobertos por acaso numa ecografia.
Quando dão queixas, estas podem incluir:
- Dor ou desconforto no baixo ventre, de um lado ou dos dois.
- Sensação de peso ou pressão na pélvis.
- Alterações do ciclo menstrual, com hemorragia irregular ou perdas entre menstruações.
- Dor nas relações sexuais, sobretudo com penetração profunda.
- Em massas de maior dimensão, aumento visível do volume abdominal.
Deve recorrer a cuidados de urgência se tiver:
- Dor pélvica súbita intensa, muitas vezes de um lado, por vezes com náuseas ou vómitos, que pode indicar torção de ovário ou de quisto.
- Dor associada a febre e grande mal estar, que pode sugerir infeção.
- Hemorragia muito abundante com tonturas ou sensação de desmaio.
Estas situações nem sempre significam um problema grave, mas precisam de avaliação rápida para excluir urgências.
Diagnóstico: exames e o que esperar
O diagnóstico e a caracterização de quistos e massas anexiais baseiam se sobretudo na imagiologia, em especial na ecografia, combinada com a idade, os sintomas e os antecedentes pessoais e familiares.
Na avaliação pode esperar:
- História clínica
Perguntas sobre ciclo menstrual, dor, sintomas digestivos e urinários, eventuais quistos ou cirurgias anteriores e antecedentes familiares de cancro do ovário ou da mama. - Exame ginecológico
Avaliação da vulva, vagina e colo do útero e palpação bimanual para sentir o útero e os anexos e detetar dor ou massas. - Ecografia pélvica endovaginal e por vezes abdominal
Exame central para caracterizar o quisto ou a massa. O relatório descreve tamanho, estrutura interna, presença de septos ou áreas sólidas, vascularização e atingimento de um ou dos dois lados. - Ecografia de controlo
A repetição do exame após algumas semanas ou meses permite ver se o quisto diminui, se mantém ou aumenta. - Análises de sangue
Alguns marcadores tumorais, como o CA125, podem ser pedidos. Não são específicos de cancro e podem estar alterados em muitas situações benignas, mas podem ser úteis em certos contextos, sobretudo perto da menopausa. - Ressonância magnética ou TAC
Em casos selecionados, estes exames acrescentam pormenor antes de se decidir sobre cirurgia.
Na maior parte das vezes, estes elementos são suficientes para decidir se o quisto ou a massa pode ser vigiado ou se é aconselhável cirurgia. A Dra. Joana Faria revê consigo os resultados e explica o que significam.
Opções de tratamento e expectativas realistas
O tratamento depende de vários fatores: idade, situação antes ou depois da menopausa, sintomas, tamanho e aspeto do quisto ou massa e planos de gravidez.
As principais abordagens incluem:
- Vigilância
Muitos quistos funcionais e lesões claramente benignas podem ser vigiados com ecografias periódicas, especialmente em mulheres jovens sem sintomas. A vantagem é evitar cirurgias desnecessárias. A limitação é a necessidade de repetir exames e reavaliar se surgirem queixas. - Tratamento hormonal
Contraceção hormonal e outros tratamentos hormonais podem reduzir a formação de quistos funcionais e ajudar no controlo da dor, sobretudo quando os quistos estão relacionados com a ovulação ou com endometriose. Não fazem desaparecer todos os quistos, mas podem diminuir o aparecimento de novos. - Tratamento cirúrgico
A laparoscopia é muitas vezes utilizada para remover quistos preservando ao máximo o tecido ovárico saudável. Em algumas situações, em especial em massas muito volumosas ou complexas ou quando se suspeita de cancro, pode ser necessária uma incisão maior ou cirurgia mais extensa. O quisto é enviado para o laboratório para confirmação do diagnóstico. - Abordagem centrada na fertilidade
Quando existe desejo de engravidar, é importante equilibrar o benefício da remoção de um quisto com a necessidade de proteger a reserva ovárica. Em alguns casos, uma atitude conservadora com vigilância apertada é preferível a uma cirurgia imediata.
É importante ter expectativas realistas. Mesmo depois de uma cirurgia bem sucedida, podem surgir novos quistos funcionais no futuro. Os quistos de endometriose podem recidivar, sobretudo se a endometriose se mantiver ativa sem tratamento hormonal. O objetivo é escolher a estratégia que oferece o melhor compromisso entre segurança, sintomas e preservação da fertilidade.
Como a Dra. Joana Faria aborda quistos e massas dos ovários e trompas
A Dra. Joana Faria sabe que ler um relatório de ecografia pode ser motivo de preocupação, especialmente quando aparecem termos como massa complexa ou componente sólida. A sua abordagem passa por traduzir esta linguagem em informação clara e focar se no risco individual, e não apenas em palavras isoladas.
No dia a dia, ela:
- Ouve primeiro as queixas e os antecedentes antes de propor qualquer intervenção.
- Revê consigo as imagens de ecografia e ressonância sempre que possível, para que possa ver o que está descrito.
- Explica quais as características que sugerem um quisto benigno e quais justificam uma atitude mais cautelosa.
- Discute em detalhe vantagens e limitações da vigilância em comparação com a cirurgia, incluindo o impacto na recuperação e na reserva ovárica.
- Trabalha com equipas cirúrgicas experientes quando a cirurgia é necessária e articula os cuidados com equipas de fertilidade e de oncologia sempre que indicado.
O objetivo é que se sinta informada e acompanhada, com um plano adaptado à sua situação e não com uma recomendação igual para todas.
