Doenças benignas do aparelho reprodutor

Síndrome dos ovários poliquísticos (SOP)

A síndrome dos ovários poliquísticos (SOP) é uma doença hormonal frequente que altera o funcionamento dos ovários. Caracteriza se por ovulação irregular ou ausente, alterações das hormonas sexuais e, em muitas mulheres, múltiplos pequenos folículos visíveis na ecografia.

A SOP pode causar menstruações irregulares, dificuldade em engravidar, acne, aumento de pelos no rosto e no corpo e tendência para aumento de peso. É uma condição crónica, mas existem várias formas de reduzir os sintomas e proteger a saúde a longo prazo.

Em Lisboa, a Dra. Joana Faria acompanha mulheres com SOP em consultas em português, inglês, francês, e espanhol. O objetivo é compreender as suas prioridades, confirmar o diagnóstico e construir um plano que caiba na sua vida, em vez de seguir um protocolo igual para todas.

Esta página é dedicada à SOP. Para mais informação pode também consultar as páginas de alterações do ciclo menstrual, contraceção e endometriose.

O que é

Num ciclo normal, um folículo do ovário cresce, liberta um óvulo (ovulação) e depois a camada interna do útero é eliminada sob a forma de menstruação. Na SOP, a ovulação é pouco frequente ou não acontece em muitos ciclos. Vários folículos começam a desenvolver se, mas nenhum atinge maturação completa.

Este padrão está associado a níveis mais elevados de certas hormonas, em especial androgénios, e a algum grau de resistência à insulina em muitas mulheres. A causa exata não é totalmente conhecida, mas há contribuição de fatores genéticos e ambientais.

A SOP não é igual em todas as mulheres. Algumas têm sobretudo menstruações irregulares, outras apresentam mais acne ou aumento de pelos e outras têm alterações metabólicas como subida da glicemia ou do colesterol. Reconhecer esta diversidade é essencial para escolher o melhor tratamento.

Principais sintomas e quando se deve preocupar

A SOP pode manifestar se de formas muito diferentes. As queixas mais frequentes são:

  • Menstruações irregulares, ciclos com mais de 35 dias ou menos de oito menstruações por ano.
  • Paragem prolongada da menstruação sem que exista gravidez.
  • Hemorragias muito abundantes depois de longos intervalos sem período.
  • Acne persistente para além da adolescência ou difícil de controlar.
  • Aumento de pelos no rosto, tórax, abdómen ou coxas (hirsutismo).
  • Queda ou rarefação de cabelo no couro cabeludo em algumas mulheres.
  • Aumento de peso ou dificuldade em emagrecer, sobretudo na região abdominal.
  • Dificuldade em engravidar ou tempo para conceber superior ao esperado.

Deve considerar marcar consulta se as menstruações forem muito irregulares, se estiver há mais de três meses sem menstruar e não estiver grávida, se o acne ou o aumento de pelos a incomodarem no dia a dia ou se estiver a tentar engravidar há mais de um ano sem sucesso (seis meses depois dos 35 anos).

Deve procurar cuidados de urgência se tiver hemorragia muito abundante com coágulos e tonturas ou desmaio, ou dor abdominal intensa que não melhora com os analgésicos habituais. Estas situações não são específicas da SOP, mas precisam de avaliação rápida.

Diagnóstico: exames e o que esperar

Não existe um único exame que, sozinho, confirme a SOP. O diagnóstico baseia se na combinação das queixas, dos sinais observados no exame, das análises e da ecografia pélvica, depois de excluir outras causas possíveis.

Na avaliação pode esperar:

  • História clínica
    Conversa sobre o ciclo menstrual, gravidezes, história familiar de diabetes ou SOP, variações de peso, atividade física e preocupações com imagem corporal ou fertilidade.
  • Exame clínico geral
    Medição do peso, altura e tensão arterial e observação da pele, cabelo e distribuição da gordura corporal. O objetivo não é julgar, mas registar dados objetivos que ajudam a orientar o tratamento.
  • Exame ginecológico
    Quando indicado, avaliação pélvica para excluir outras causas de dor ou hemorragia.
  • Ecografia pélvica endovaginal
    A ecografia permite contar e medir os folículos nos ovários e avaliar a espessura do endométrio. A presença de muitos pequenos folículos com uma distribuição característica pode apoiar o diagnóstico de SOP, em especial na idade adulta.
  • Análises de sangue
    Podem incluir doses de androgénios, gonadotrofinas e outras hormonas que podem imitar a SOP. O estudo metabólico com glicemia, insulina, colesterol e triglicéridos ajuda a avaliar o risco cardiovascular.

A SOP é um diagnóstico de contexto. A Dra. Joana Faria explica quais os critérios que preenche, o que isso significa para a saúde futura e quais os aspetos que merecem vigilância mais próxima.

Opções de tratamento e expectativas realistas

A SOP é uma condição crónica que pode ser controlada de forma muito eficaz. O melhor tratamento depende da idade, das queixas, do peso, do perfil metabólico e, sobretudo, de existir ou não desejo de gravidez a curto prazo.

Os principais pilares do tratamento incluem:

  • Medidas de estilo de vida
    Alimentação equilibrada, atividade física regular e sono de qualidade podem melhorar a resistência à insulina e o equilíbrio hormonal. Em mulheres com excesso de peso, uma perda de peso mesmo modesta pode tornar os ciclos mais regulares e facilitar a ovulação. O objetivo é promover mudanças realistas e sustentáveis, não dietas restritivas e temporárias.
  • Regulação do ciclo
    Tratamentos hormonais podem regular a hemorragia, proteger o endométrio e reduzir a dor. Podem ser usados métodos combinados, métodos apenas com progestagénio ou esquemas com progesterona em ciclos, de acordo com a situação e as preferências.
  • Tratamento do acne e do aumento de pelos
    Cuidados de dermatologia, medicamentos específicos e tratamentos locais como depilação a laser ou outras técnicas podem melhorar os sintomas na pele e nos pelos. Este aspeto é importante porque tem impacto direto na autoestima.
  • Tratamento orientado para a fertilidade
    Se deseja engravidar, as opções podem incluir vigilância de ciclos naturais, medicamentos que estimulam a ovulação e, em alguns casos, técnicas de reprodução medicamente assistida. A escolha depende da reserva ovárica, da idade, da situação do parceiro e de outros fatores.
  • Redução do risco metabólico
    Acompanhamento regular da tensão arterial, da glicemia e do colesterol ajuda a prevenir complicações a longo prazo, como diabetes e doença cardiovascular.

É importante ter expectativas realistas. A SOP não tem uma cura rápida, mas muitas mulheres conseguem ciclos mais regulares, melhoria da pele e do cabelo e gravidezes de sucesso com o apoio adequado. O plano de tratamento pode ser ajustado ao longo do tempo, à medida que as prioridades mudam.

Como a Dra. Joana Faria aborda a SOP

A Dra. Joana Faria sabe que a SOP é muitas vezes reduzida a um rótulo, atribuído numa consulta breve com pouca explicação e uma única receita. A sua abordagem é diferente e centra se na pessoa como um todo, não apenas nos ovários.

No dia a dia, ela:

  • Ouve com atenção de que forma ciclos irregulares, acne, aumento de pelos ou variações de peso interferem com o quotidiano, relações e autoimagem.
  • Explica de forma clara os mecanismos da SOP, usando linguagem simples e esquemas quando útil.
  • Discute em detalhe vantagens e limitações de cada tratamento, incluindo o impacto sobre a fertilidade futura.
  • Articula cuidados com equipas de nutrição, dermatologia, endocrinologia e fertilidade sempre que isso possa acrescentar valor.
  • Ajuda a definir objetivos realistas e revê os planos regularmente, ajustando os tratamentos quando a situação ou os projetos de vida mudam.

O objetivo é que se sinta informada e apoiada, com ferramentas concretas para gerir a SOP, em vez de se sentir culpabilizada por uma condição que não escolheu.

FAQ

Perguntas frequentes


SOP é o mesmo que ter muitos quistos nos ovários?

Não exatamente. O termo poliquístico pode ser enganador. Na SOP, os ovários costumam ter muitos pequenos folículos, mas o diagnóstico baseia se na combinação de ovulação irregular, alterações hormonais e achados na ecografia, depois de excluir outras causas. Algumas mulheres têm ovários com aspeto poliquístico na ecografia sem terem as alterações hormonais ou clínicas típicas da SOP. A ginecologista explica como a sua situação se enquadra, ou não, neste diagnóstico.

Posso engravidar naturalmente se tiver SOP?

Sim. Muitas mulheres com SOP engravidam de forma espontânea. No entanto, se a ovulação é pouco frequente, o tempo até engravidar pode ser maior. Medidas de estilo de vida, vigilância dos ciclos e, quando necessário, medicamentos que estimulam a ovulação podem aumentar as probabilidades de gravidez. Se estiver a tentar engravidar há vários meses sem sucesso, a médica pode ajudar a construir um plano de fertilidade personalizado.

A SOP causa sempre aumento de peso?

Não. A SOP está associada a maior tendência para aumento de peso em algumas mulheres, mas nem todas as mulheres com SOP têm excesso de peso, e nem todas as mulheres com excesso de peso têm SOP. Se vive com SOP e tem peso normal, o foco costuma ser a regulação do ciclo, os sintomas de pele e pelos e o rastreio metabólico. Se tem excesso de peso, pequenas mudanças realistas na alimentação e na atividade física já podem ter impacto positivo nos ciclos e nas hormonas.

Se fizer tratamento hormonal para SOP, isso vai apenas mascarar os sintomas?

Os tratamentos hormonais ajudam a regular o ciclo, a proteger o revestimento do útero e a melhorar acne e aumento de pelos em muitas mulheres com SOP. Não curam a doença, mas controlam várias das suas consequências. Ao suspender o tratamento, alguns sintomas podem regressar, razão pela qual é importante rever o plano com regularidade. A médica explica como funciona cada opção e o que é realista esperar durante e após o tratamento.

Ter SOP significa que vou desenvolver diabetes no futuro?

Não necessariamente. A SOP está associada a maior risco de resistência à insulina e diabetes tipo 2, sobretudo em caso de excesso de peso ou de história familiar de diabetes. Mesmo assim, muitas mulheres com SOP nunca desenvolvem diabetes. A vigilância regular da glicemia, escolhas de estilo de vida saudáveis e o tratamento precoce das alterações metabólicas podem reduzir bastante esse risco. A ginecologista pode articular o seguimento com endocrinologia quando indicado.

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